Não se preocupe filho, é só uma imagem.

Eu estou me olhando no espelho. Uma ideia lampeja em minha mente e, de imediato, pego uma pedra e bato com ela em meu reflexo.

E então volto a encarar o espelho. E pergunto: o que vejo?

Vejo Victor, O Babaca Egocêntrico.
Vejo Victor, O Retardado.
Vejo Victor, O Crítico.
Vejo Victor, O Confiante.
Vejo Victor, O Coração-mole.
Vejo Victor, O Implacável.
Vejo Victor, O Estranho.
Vejo Victor, O Sem-Confiança.
Vejo Victor, O Fingidor.
Vejo Victor, O Nerd.
Vejo Victor, O Sonhador.
Vejo Victor, O Altruísta.
Vejo Victor, O Medroso.
Vejo Victor, O Engraçadão.
Vejo Victor, O Rude.
Vejo Victor, O Desastrado.
Vejo Victor, O Incompetente.
Vejo Victor, O Competente.
Vejo Victor, O Pervertido.
Vejo Victor, O Inocente.
Vejo Victor, O Preguiçoso.
Vejo Victor, O Dedicado.

Vejo Victor, o Thompson.

Franzo o cenho. Pisco os olhos repetidas vezes com força. Fecho-os por alguns segundos e volto a olhar à frente. Mas, não importa o quanto eu olhe aquelas imagens fragmentadas, não consigo ver Victor, O Hugo.